Sonhos da Eternidade
Novembro 17, 2022
Carlos Palmito
Evitar, uma palavra com tanto ou tão pouco significado, evitar o quê? Porquê? Por quem?
Quem julgas que és para instruíres tão volátil vocábulo no meu dicionário?
Que mal te fez o oceano?
O poema começa em evitar e termina na berma da estrada, gelado, sozinho, sem uma mão estendida ou um coração cheio, sem amor, nem ódio, nem seja qual for o sentimento, começa em evitar e termina na noite.
Que mal te fizeram as estrelas?
Se me dizem vamos, eu vou, não evito, e acreditem, percorro o alcatrão, a trilha, o areal, o musgo na floresta abandonada apenas para ver raiar o sol, e o que importa não é o sol, nem o raiar, é o percurso, és tu, sou eu, somos nós, vamos, dá-me a mão, não entendo o nosso relacionamento, apenas sei que não o devemos evitar.
Que mal te fizeram os lobos?
Existe uma biblioteca cheia de livros, doutrinas antigas e recalcamentos modernos, filosofias extintas e psicologias por germinar, existe um mundo plano e um outro redondo, somos seres dos mares, um molusco, um golfinho, uma sereia, somos sentimentos que jamais se deveriam evitar.
Que mal te fez o sol?
Hoje seremos um Indiano a dançar nos templos de Kali, de Shiva, de Vixnu, seremos o batimento cardíaco da própria selva, hoje seremos o mundo um do outro sem o evitar.
No agora, no momento, seremos os sonhos da eternidade.
Que mal te fez a noite?
P.S. Imagem encontrada na net