Hoje trago-vos poesia
Dezembro 26, 2021
Carlos Palmito
Hoje trago-vos poesia,
mas isso já vocês sabem.
Qual será o rumo desta viagem?
Não sei, cala-te, senta-te e aprecia.
Poderão ser reis e rainhas,
Príncipes arrogantes e vaidosas princesas,
a escuridão da noite ou uma tocha acesa.
Enfim, coisas que poderiam ser só minhas.
E se forem mágicas florestas,
nenúfares e dentes de leão…
Ninfas, Tágides, Faunos e solidão?
Uma casa redonda sem vértices nem arestas.
Civilizações engolidas pelas areias do tempo,
torres de vigia sem vigilantes,
jardins sem amantes,
odes à paixão, amor, dor e sofrimento.
E que tal a vastidão infinita de um deserto,
cobras, lagartos, camelos, catos,
este pode ser o primeiro, segundo, e até mesmo terceiro ato.
Não existem impossibilidades quando declamas a céu aberto.
Ou poderei nada dizer,
no silêncio da voz ouvem a alma,
a tempestade dissipa-se, o coração acalma…
o espirito sussurra “ainda tens que fazer”.
Hoje trouxe-vos poesia,
visões de liberdade
aprisionadas em versos sem idade…
é na arte que a revolução se inicia.
Despeço-me então,
sem mais delonga ou demora,
chegou a hora…
gostaram ou não?