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Gritos mudos no silêncio das palavras!

Aqui toda a palavra grita em silêncio, sozinha na imensidão de todas as outras deixa-se ir... Adjetiva-me então

Centelha

Fevereiro 02, 2023

Carlos Palmito

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Onde vamos quando já não temos mais para onde ir?

O que nos restará quando tudo tiver sido vislumbrado?

Serão os nossos corpos simplesmente areias num deserto?

Ou poderemos contemplarmo-nos mutualmente, num paraíso edénico, onde exista apenas a temperatura corporal unificada do eu mais tu?

O que ouviremos quando Thievery Corporation se tiver calado, ou até mesmo no momento em que Jim Morrison deixar de visualizar as suas cobras e templos sagrados?

Escutaremos acaso, unicamente, o gemido um do outro?

Ah, amor, e tanto que adoro escutar o teu, atirado ao sol nos ventos noturnos de um inverno gelado.

Vem (te), vem, descalça, desnuda, ao meu sonho, e no sonho seremos sonhadores criados a ópio, sem ópios, a flores, sem perfumes, a odores, onde existirá somente a tua pele… e a minha derme.

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