Arestas
Dezembro 24, 2021
Carlos Palmito
“As minhas arestas são limadas pela consciência, pela alma. Para não ferir. Não deixo de ser em bruto com cantos arredondados.”
As minhas palavras são floreadas com cheiro a vendaval, trazidas na chuva, desenhadas em tinta sobre papel.
Letras definidas e estudadas, por vezes simplesmente atiradas sem mais olhar para trás, no temporal restaram apenas as promessas que nunca foram ditas e os afetos que não foram sentidos.
O espírito descansa, respira, grita e extravasa tudo o que lá está, por vezes na tinta, outras em pensamento, na memória fica o que jamais será professado… e na cicatriz a dor do que ficou por falar.
As minhas arestas são limadas pela consciência, e a consciência guiada pelo coração, e na globalidade dele, na junção dos dois, sei que te amo… só não sei se te mereço!