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Gritos mudos no silêncio das palavras!

Aqui toda a palavra grita em silêncio, sozinha na imensidão de todas as outras deixa-se ir... Adjetiva-me então

A Hora do Lobo e da Espada

Agosto 31, 2023

Carlos Palmito

2618_10790.jpg 

O eco distante das montanhas ressoa como lembranças de tempos distantes.
O sol desponta por detrás das cordilheiras, numa rígida manhã de nenúfares e centopeias; as cascas dos pinheiros congelaram no natal, contudo, hoje é verão.
Contemplas fascinado o universo a teus pés, na mente dança um verso que relembra que a vida difere simplesmente pelo prisma em que é presenciada.
Rugem ursos, arfam duendes, cai a neve, cai o ser na batalha contra os seus demónios; fechas os olhos e sentes o nauseabundo cheiro de couve cozida e ovos recheados com o sangramento das memórias.
Desejas fugir do planalto, ascender à luminária do farol extinto.
Observas os teus ancestrais numa batalha eterna, anjos contra demónios, magos-guerreiros contra os que incendiaram a cidade de cristal.
O lobo aproxima-se, pelo eriçado, mandíbulas a gotejar sangue, olhos carregados da fúria contida numa alcateia.
Pegas na espada.
— Hoje não, irmão. — gritas com ansiedade!


Pintura de John Martin - Solitude (1976)

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