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Gritos mudos no silêncio das palavras!

Aqui toda a palavra grita em silêncio, sozinha na imensidão de todas as outras deixa-se ir... Adjetiva-me então

Num Sopro

Fevereiro 24, 2022

Carlos Palmito

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Nascemos, crescemos e morremos, a vida foi um sopro, a vida é um sopro, isso é o que dizem.

Fomos soprados por Deuses, e o Deus é o meu pai, a Deusa a minha mãe, a entidade acima deles chama-se Gaia, a abelha-mestra de todos nós, que é isso que somos, abelhas pertencentes a uma colmeia, sendo que esta é universal.

Por vezes, demasiadas até, agora que penso… parece que fomos atirados no abismo, que a vida é uma queda sem fim, sabes? Como aqueles pesadelos que tínhamos em criança, nunca chegávamos ao chão… Eu? Eu fui criando galhos nesse precipício, aprendi a controlar sonhos, fui obrigado por uma razão que poderei um dia vos contar, segurava-me nesses ramos, abrandava o tombo, sentava-me neles a contemplar o vazio…

Outras estamos em sofrimento, agonia que parece não ter fim, sabes? Tudo veio para nos infernizar, todos para nos magoarem, somos uma pequenina peça sem importância, uma zircónica em vez de um diamante, aqui é fácil esquecermo-nos do nosso valor… mas garanto-te somos inestimáveis, somos a preciosidade da pedra, e não a falsidade.

Diz-me, sinceramente diz-me, pequena abelha, quem e o que és tu?

Fecha os olhos, absorve, absorve tudo, sê um buraco negro e embebe-te de sensações.

Sente o sol a afagar-te a pele, podes estar vestida ou desnuda, foca-te nos raios, sente… é primavera, sabes? Sente a centelha da vida em ti, sabes… sente-te a ti, és tu e és o sol, aqui, prometo-te, és feliz… 

Inunda o teu olfato com todos os aromas do jardim, sorri, esquece, somos um sopro, e os sopros vão e vêm, mas nós somos sopros perenes, tal como tudo o que sorvemos… daí, pequena abelha, inala todos os pólenes, e verás o doce deles a trazer-te felicidade.

Com os olhos fechados, abre o espirito, contempla a plenitude de cores, a vastidão na finidade infinita deste jardim, aqui és todas as pétalas, és tu e é a coroa de flores que te enaltece a cabeça, diz-me, não és feliz assim, aqui… tu e um jardim?

Sente o abraço, aquele abraço, não o beijo, mas o envolver dos corpos, lembras? Diz-me que nunca tiveste um abraço assim. Um tão profundo que te tocou a alma, e tudo o que desejavas era que os corpos se fundissem naquele instante.

Fechaste os olhos aí, lembras? Sentiste o perfume do outro corpo, que poderia ser alguém, ou poderias ser tu a abraçares-te a ti mesma pequena abelha, mas nesse abraço foste feliz… digas o que disseres, sei que foste feliz.

A felicidade são segundos, os segundos são ápices, sendo que estes são sopros… Se a vida é um sopro… a felicidade é uma vida… Não era isto que aprendíamos em filosofia?

Abre os olhos, sorri… é verão, o céu está azul, a árvore providencia-te sombra e Gaia aconchego… sê um sopro.

 

Texto criado no âmbito do desafio 52 semanas de 2022, tema 7, Felicidade 

Desafio cirado por Ana de Deus

Foto de A V no Pexels

CONTOS DO FUTURO DISTANTE Nº 2 — 22/02/2022

Fevereiro 22, 2022

Carlos Palmito

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Uma vez mais vou partilhar um conto que tenho num outro blog, está lá um meu e mais dois de outros contistas, mas, antes de clicarem no link para avançar, tenho que informar que o conto que lá publiquei será para maiores de 18, devido a descrições e palavras usadas. 

Aos que ousarem seguir, aqui está o link: 

CONTOS DO FUTURO DISTANTE Nº 2 — 22/02/2022 

O meu conto é o segundo, intitulado "O CONTADOR DE HISTÓRIAS" 

Alessandra Valle conta um pouco sobre o universo das pessoas desaparecidas e a sua busca incessante por vidas. Arléte Creazzo nos traz a segunda e última parte de seu conto de Natal. Diretamente de Portugal, Carlos Palmito arrisca-se no estilo erótico, desejando que não se tornasse ousado demais e conseguiu. Sidnei Capella nos ensina a bondade através de um conto simples, singelo e direto.

 

Leia, Reflita, Comente!

Espero que gostem

Espelhos!

Fevereiro 21, 2022

Carlos Palmito

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Novidade, naquele instante tudo era recente, o mundo tal como o conhecíamos alterou, e com ele transmutou-se a realidade.

Os espelhos infinitos da eternidade estilhaçaram-se… “espelho meu, espelho meu, existirá alguém mais belo do que eu?”

Libertaram-se demónios do passado, anjos do futuro e demências de reis que acreditavam ser vampiros. “espelho meu, espelho meu, porque me escondes o reflexo?”

A linha temporal parou, estagnou naquele momento entre um bafo num cigarro e o tic tac do ponteiro dos segundos no relógio de Cronos, o tic veio, o tac esqueceu-se… o plano físico estancou ali, tornou-se eterno… onde apenas existe presente, sem passado ou futuro, uma fotografia no espelho “espelho meu, espelho meu…” de uma divindade que nos abandonou.

Dizem que o tempo é uma linha continua em direção ao desconhecido, pois para mim é um circulo que se completa, acredito que se tivermos um mapa do momento que queremos revisitar, basta-nos esperar que a linha passe de novo pela ocasião, e aí poderemos intercetar, reviver, aprisionar a eternidade na nossa mente.

Porque é isso que a eternidade é, um conjunto de imagem, de reflexos… “espelho meu, espelho meu, que mundos existirão para lá do reflexo que expandes, que verdades… que mentiras?”

Terás então tu coragem de passar esse espelho, parar o fluxo das areias na ampulheta intemporal de uma Deidade?  

Ousarás ir tão alto?

 

Texto criado para o desafio da Ana de Deus

os Desafios da Abelha | Frase do dia | 50 de 365 

Foto de Drigo Diniz no Pexels

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