Assimetrias
Janeiro 26, 2022
Carlos Palmito
Impunham-se as vozes do imutável,
A imortalidade de um ser que contempla a perfeição
sendo que tudo o que busca reside no inacabado, sua inspiração.
Esta é a verdadeira beleza, a assimetria com que nos rabiscamos, o ser… permeável!
E ali fica ele, absorto num baile de aparências, a encarar de baixo… e de cima,
dissimulada beleza, conspurcada com a artificialidade da pigmentação!
Do seu peito rugem vozes, bradam gritos, textos, prosa, poesia, dos seus olhos a maresia
Ergue os braços e deixa-se embalar, procura o seu carácter na dor da criação.
Fremem as vagas no mar, petulante génese, apoteótica decadência.
Este é o inicio e o fim de uma qualquer inocência,
A explosão cósmica da destruição caótica, a pureza numa sinfonia,
totalmente desarmonizada em sua harmonia, morreu a noite… ascendeu o dia.
No final foi puxado aos céus, sublevou nos tempos do apocalipse…
ficou o sol encoberto por todos os que subiram, qual eclipse.
Todavia a sua alma não era digna, foi escorraçado, expurgado…
Um risco prateado no firmamentos marcou a sua descensão, o mal-amado.
Serás eternamente um anjo caído, sem asas, nem deuses…
E tão pouco demónios de carnaval num baile de aparências…
Serás puro, na imperfeição perfeita do que és.
Fecha os olhos agora, dorme… embriaga-te na demência!
Com o que um dia foi, e jamais será.
"Este poema era para levar na copa brasil onde estive presente.
Fui eliminado antes de o usar.
De todos os que criei este é o meu favorito"
Foto encontrada na net