Vida efémera
Dezembro 31, 2021
Carlos Palmito
Aqui toda a gente sente que o mundo lhes pertence, sem constatarem que o mundo é uma névoa, uma miragem perdida no espectro celestial.
Aqui toda a gente sente que sem elas a roda para, e nem se apercebem que ao partirem todos lhes dirão adeus e serão esquecidas. Ela continua a girar sem parar, e a multidão é meramente um numero prescindível, um grão de areia no deserto… Uma flor numa campa!
Aqui toda a gente sente que o sol é eterno, mesmo quando lá fora está a chover como se mil anjos estivessem a mijar.
Aqui toda a gente sente sem sentimento, olhos presos em pedras de calçada, calçam um sorriso que lhes foi ensinado, um reflexo perpétuo num espelho e uma falsidade na alma, sim… aqui toda a gente sente, sente a merda errada… porque o sentimento para esta gente morreu!
Aqui toda a gente sente a importância de serem importantes para eles mesmos, ignorando a importância das massas, esquecendo o que é amar e ser amado, aqui toda a gente é ego, e ninguém é o aglomerado…
Aqui, aqui onde toda a gente existe já nada mais floresce, sabem, aqui toda a gente morreu… e o mundo, o mundo gira.